Evento Choros de Câmara acontece Sesc Palladium, no Centro de Belo Horizonte
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014A programação do Verão Arte Contemporânea (VAC) traz ao Sesc Palladium, em 25 e 26 de janeiro, o projeto Choros de Câmara, idealizado por Victor de Mello Lopes. O principal objetivo é pesquisar, divulgar e produzir obras que se relacionem com a cultura brasileira, em especial, o choro. Neste trabalho, o grupo direciona os olhares para as quadrilhas, gênero musical praticamente extinto da cultura brasileira, considerado como um dos pilares fundadores do nosso choro brasileiro. Sobem ao palco Agostinho Paolucci (violão de sete cordas), Eduardo Macedo (cavaquinho), Marina Cyrino (flauta) e Victor de Mello Lopes (oboé). As apresentações ocorrem no Teatro de Bolso Júlio Mackenzie. O VAC 2014 conta com a parceria do Sesc, integrado ao Sistema Fecomércio MG.
A quadrilha é uma dança de salão europeia originada no século XVIII e muito popularizada no século XIX, tendo se espalhado por toda a Europa e colônias. Quase todos os manuais de dança da época possuíam uma seção explicando os passos e a etiqueta da quadrilha. Sua formação coreográfica requer quatro casais dispostos na forma de um quadrado, que se revezam nos passos da dança. Um dos pares é o principal, que lidera os outros.
Musicalmente, a quadrilha é composta por cinco partes (ou movimentos) diferentes, como cinco pequenas músicas intercaladas, cada uma com começo, meio e fim. Os ritmos de cada parte também seguem determinadas regras: a primeira parte pode ser em 2/4 ou 6/8, a segunda sempre em 2/4, a terceira sempre em 6/8, e a quarta e quinta partes sempre em 2/4, sendo que todos os temas possuem a duração de 8 compassos. Naturalmente, a dança acompanhava cada um destes ritmos, fossem ternários ou binários.
Segundo a pesquisadora Cristina Magaldi, no livro Music in Imperial Rio de Janeiro: European Culture in a Tropical Milieu (Scarecrow Press, 2004), peças deste tipo eram escritas para consumo interno, para serem tocadas em encontros familiares e saraus, e para preencherem intervalos de peças teatrais. Essas obras serviam como entretenimento nos salões cariocas devido ao seu sotaque exótico europeu, e não exatamente como peças nacionalistas com o objetivo de retratar uma linguagem musical distinta.
É interessante notar que, embora este gênero esteja hoje praticamente extinto em sua forma original, no Brasil ele evoluiu para a quadrilha de festas juninas, fenômeno rural que adquiriu grandes proporções principalmente no Nordeste, dançada com muitos pares comandados por um mestre “marcador”. Já nos EUA, a quadrilha seguiu um outro caminho evolutivo, culminando na popular square dance, nomeada a dança oficial em 19 estados.
VICTOR DE MELLO LOPES
Com formação musical (popular/erudita), Victor de Mello Lopes, oboísta, violonista e arranjador, Bacharel em Oboé pela UFMG (2004-2010), foi bolsista da Orquestra Sinfônica da Escola de Música da UFMG, entre 2006 e 2010. Foi o primeiro Oboé da Orquestra Sinfônica Jovem do Palácio das Artes, em 2009. Participou como monitor de duas edições do Festival de Inverno da UFMG. É o primeiro Oboé do Instituto Orquestra Sabará. Foi o Oboísta da Orquestra que realizou a Pré-Estreia das Cenas Brasileiras, ópera do compositor Elomar Figueira de Mello. Tem realizado, como músico convidado, concertos com a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto (SP) e com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Participa de “Rodas de Choro” pela cidade desde 2010. Integra, ainda, o Quarteto Suspenso e a Misturada Orquestra, grupo este dirigido por Mauro Rodrigues, que lançou seu primeiro disco em 2011. Já contam em sua breve carreira, participações com músicos, como Elomar, Toninho Horta, Benjamim Taubkin, Chico Amaral, João Bosco e Rosa Passos.
MARINA CYRINO
Marina Cyrino, flautista, Mestre em Performance Musical pela Escola de Música de Piteå, LTU Univertity, Suécia (2011 -2013); Bacharel em Música pela UFMG (2007 – 2010) e Bacharel em Psicologia pela UFMG (2001 -2006). Desenvolve extenso trabalho em música de câmera desde 2004. Atualmente desenvolve trabalhos no Brasil e na Suécia. Iniciou seus estudos de música em 2001 na Fundação de Educação Artística, Belo Horizonte, na qual teve como professores de flauta transversal Felipe Amorim e Alberto Sampaio Neto; participou dos cursos de flauta transversal, musicalização, apreciação musical, música de câmera, contraponto, evolução da linguagem musical, escuta e reflexão e piano complementar, aprofundando seus estudos de música com os professores Ilan Sebanstian, Guilherme Antônio Ferreira, Rubner de Abreu, Berenice Menegale, Moacyr Laterza Filho, Maria Cristina Guimarães. Teve como principais professores de flauta transversal: Maurício Freire (UFMG), Artur Andrés (UFMG), Tobias Carron (Royal Academy of Stockholm, Suécia), Sven-Erik Sandlund (LTU, Suécia) e Sara Hamarström (LTU-Suécia).
EDUARDO MACEDO
Eduardo Macedo é Licenciando em Educação Musical Escolar pela UFMG. Estudou na Fundação de Educação Artística, entre 1991/1994 e 2000/2003, onde cursou teoria musical, solfejo, violão erudito, canto coral, apreciação musical e criação, entre outras disciplinas. Foi aluno de diversas edições do Festival de Inverno da UFMG, entre 1993 e 1998, onde estudou com Ian Guest, Nelson Faria, Grupo Uakti, Toninho Horta, Yuri Popoff, entre outros. Participou das cinco edições do Festival Nacional de Choro, onde foi aluno de Luciana Rabello, Mauricio Carrilho, Jayme Vignolli e Paulo Aragão. Eduardo Macedo é cavaquinista, violonista, arranjador e compositor. É professor integrante da equipe de Música do programa Arena da Cultura (Fundação Municipal de Cultura-Prefeitura Municipal de Belo Horizonte) e da escola de choro Brasil com S.
AGOSTINHO PAOLUCCI
Iniciou seus estudos na Fundação de Educação Artística (FEA), onde estudou violão, teoria e percepção por cinco anos. Tocou em diversas formações de música de câmara e fez vários cursos com professores, como o compositor argentino Dante Grella. Em seguida, ingressou no curso de composição da UFMG. Participou de festivais de inverno da Universidade sendo aluno dos professores Nelson Faria, Ian Guest, Yuri Popoff, Grupo Uakti e Cláudio Dauelsberg. Fez parte de todos festivais nacionais de choro da Escola Portátil de Música (E.P.M.) tendo aulas de violão e prática em conjunto com Maurício Carrilho, Nailor Proveta e Paulo Aragão. Já atuou como violonista e guitarrista em vários grupos de destaque, em especial o Amaranto, com quem gravou o CD Retrato da Vida.
SERVIÇO
Evento: Choros de Câmara
Data: 25 e 26 de janeiro
Horário: 20h
Local: Teatro de Bolso Júlio Mackenzie do Sesc Palladium (Av. Augusto de Lima, 420, Centro)
Entrada: R$16 (entrada). Os trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo têm 15% de desconto no valor da inteira.
Duração: 1h
Classificação: livre
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